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Data(s)
- 22 de outubro de 1985 (Produção)
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Dimensão e suporte
1 Item: folha, papel, 16p
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História biográfica
Octavio Ianni (Itu, 13 de outubro de 1926 — São Paulo, 4 de abril de 2004) foi um destacado sociólogo e professor brasileiro, associado à Escola de Sociologia Paulista. Formou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) em 1954 e logo depois tornou-se assistente na mesma instituição, sob a orientação de Florestan Fernandes. Ianni se dedicou a estudar as desigualdades sociais e como superá-las.
Forçado a se aposentar pela ditadura militar, ele lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e integrou o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Também atuou como professor visitante em várias universidades internacionais. Retornou à USP em 1997 como Professor Emérito, mas optou por não lecionar lá devido a hostilidades. Em vez disso, voltou a dar aulas na Universidade Estadual de Campinas, onde também foi reconhecido como Professor Emérito.
Ianni foi um dos principais sociólogos do Brasil, contribuindo significativamente para os estudos sobre preconceito racial e desenvolvimento econômico no país, ao lado de figuras como Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos anos, focou seus estudos na globalização e manteve uma postura crítica em relação à presidência de Fernando Henrique Cardoso, apesar de sua amizade com ele.
Entre suas obras mais importantes estão "Cor e Mobilidade Social em Florianópolis" (1960), "Homem e Sociedade" (1961), "Metamorfoses do Escravo" (1962) e "A Sociedade Global" (1992). Ianni continuou trabalhando até pouco antes de sua morte, ministrando uma aula inaugural na USP em março de 2004, falecendo em abril do mesmo ano.
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Âmbito e conteúdo
O documento é um ensaio acadêmico que discute o papel histórico do movimento camponês nas sociedades nacionais, particularmente no contexto das revoluções burguesas e socialistas. Ele argumenta que os movimentos camponeses foram essenciais tanto na formação das nações burguesas quanto nas subsequentes revoluções socialistas, que são inerentemente revoluções agrárias que transformam a sociedade como um todo, incluindo áreas urbanas e rurais.
O ensaio enfatiza que as revoluções socialistas não são necessariamente abruptas ou violentas, mas podem ser lentas, desiguais e contraditórias. Elas frequentemente enfrentam forças contrarrevolucionárias e são um processo longo com uma gestação e duração amplas. O movimento camponês aparece em vários contextos, e suas manifestações, como revoltas locais ou nacionais, são cruciais para entender a história nacional.
A presença do campesinato nas revoluções nem sempre é revolucionária; às vezes, é tradicionalista e oposta às transformações sociais. O ensaio cita exemplos históricos como a guerra da Vendéia na França e a rebelião dos Cristeros no México, onde camponeses foram mobilizados contra mudanças revolucionárias.
O documento também explora a relação entre o campesinato e partidos políticos, agências governamentais, a imprensa e as igrejas, sugerindo que o campesinato muitas vezes não se reconhece nas representações e ações tomadas em seu nome por essas entidades.
O ensaio argumenta que o movimento camponês é um ingrediente básico e frequentemente decisivo nas revoluções. Suas demandas econômicas, políticas, culturais e religiosas desafiam a ordem social existente. A prática do campesinato, incluindo sua luta por condições de vida e trabalho, torna-se parte de lutas sociais mais amplas.
O documento discute ainda o papel do campesinato nas revoluções de vários países, incluindo Rússia, China, México e Brasil, destacando a importância do campesinato em sociedades agrárias e seu potencial como força social. Ele também aborda a derrota do campesinato em muitas batalhas, sua incapacidade de se tornar uma classe hegemônica e sua persistência como uma classe subalterna.
O ensaio conclui discutindo o caráter revolucionário do movimento camponês, que reside em sua afirmação de comunidade e resistência à transformação capitalista da terra e da sociedade. A luta do campesinato pela terra também é uma luta por um modo de vida e trabalho, abrangendo dimensões culturais e sociais.
Em resumo, o documento apresenta uma análise abrangente da significância histórica do movimento camponês, seu papel nas revoluções sociais e políticas e sua resistência ao avanço capitalista sobre a vida rural e a terra. Ele destaca o potencial do campesinato como uma força social e sua contribuição para a formação de sociedades nacionais e revoluções.
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