O documento aborda a questão da auto-sustentação das comunidades indígenas, explorando as dificuldades e os fracassos enfrentados pelos diversos projetos de desenvolvimento ao longo dos anos. A análise destaca como muitos desses projetos, patrocinados tanto por entidades governamentais quanto por organizações não-governamentais, falharam em promover a verdadeira autonomia econômica das comunidades indígenas. Os projetos oficiais frequentemente adotavam uma perspectiva desenvolvimentista e integracionista, buscando integrar as comunidades à economia de mercado, o que se mostrou inadequado e repugnante para os críticos, pois esses projetos muitas vezes não respeitavam as tradições e necessidades específicas dos povos indígenas.
A Funai e outras agências oficiais, assim como missões religiosas, aplicaram modelos pré-concebidos que pretendiam transformar as comunidades indígenas em auto-suficientes e produtivas conforme a lógica capitalista dominante. Esses projetos incluíam a produção de culturas de exportação, como soja, trigo, arroz, feijão e café, o que não refletia as práticas tradicionais de subsistência das comunidades. Em contrapartida, projetos alternativos apoiados por organizações civis e igrejas também enfrentaram dificuldades, muitas vezes falhando em alcançar a autossustentabilidade esperada.
A importância da garantia dos territórios indígenas é destacada como um aspecto crucial para a manutenção das práticas tradicionais de produção, distribuição e consumo. A redução do espaço físico e a limitação do acesso aos recursos naturais causam perturbações intensas nas estruturas sociais indígenas. O documento sugere que a manutenção de um território que permita às comunidades indígenas manter um nível razoável de controle sobre suas atividades tradicionais é fundamental para seu bem-estar futuro.