O documento é um ensaio acadêmico que discute o papel histórico do movimento camponês nas sociedades nacionais, particularmente no contexto das revoluções burguesas e socialistas. Ele argumenta que os movimentos camponeses foram essenciais tanto na formação das nações burguesas quanto nas subsequentes revoluções socialistas, que são inerentemente revoluções agrárias que transformam a sociedade como um todo, incluindo áreas urbanas e rurais.
O ensaio enfatiza que as revoluções socialistas não são necessariamente abruptas ou violentas, mas podem ser lentas, desiguais e contraditórias. Elas frequentemente enfrentam forças contrarrevolucionárias e são um processo longo com uma gestação e duração amplas. O movimento camponês aparece em vários contextos, e suas manifestações, como revoltas locais ou nacionais, são cruciais para entender a história nacional.
A presença do campesinato nas revoluções nem sempre é revolucionária; às vezes, é tradicionalista e oposta às transformações sociais. O ensaio cita exemplos históricos como a guerra da Vendéia na França e a rebelião dos Cristeros no México, onde camponeses foram mobilizados contra mudanças revolucionárias.
O documento também explora a relação entre o campesinato e partidos políticos, agências governamentais, a imprensa e as igrejas, sugerindo que o campesinato muitas vezes não se reconhece nas representações e ações tomadas em seu nome por essas entidades.
O ensaio argumenta que o movimento camponês é um ingrediente básico e frequentemente decisivo nas revoluções. Suas demandas econômicas, políticas, culturais e religiosas desafiam a ordem social existente. A prática do campesinato, incluindo sua luta por condições de vida e trabalho, torna-se parte de lutas sociais mais amplas.
O documento discute ainda o papel do campesinato nas revoluções de vários países, incluindo Rússia, China, México e Brasil, destacando a importância do campesinato em sociedades agrárias e seu potencial como força social. Ele também aborda a derrota do campesinato em muitas batalhas, sua incapacidade de se tornar uma classe hegemônica e sua persistência como uma classe subalterna.
O ensaio conclui discutindo o caráter revolucionário do movimento camponês, que reside em sua afirmação de comunidade e resistência à transformação capitalista da terra e da sociedade. A luta do campesinato pela terra também é uma luta por um modo de vida e trabalho, abrangendo dimensões culturais e sociais.
Em resumo, o documento apresenta uma análise abrangente da significância histórica do movimento camponês, seu papel nas revoluções sociais e políticas e sua resistência ao avanço capitalista sobre a vida rural e a terra. Ele destaca o potencial do campesinato como uma força social e sua contribuição para a formação de sociedades nacionais e revoluções.