Diante das denúncias de violência armada contra posseiros e trabalhadores rurais da região da Gleba Capoema, no município de Santa Luzia do vale do Pindaré. A Comissão Especial, que visitou a área durante dois dias, ficou constatado, por provas, a existência de uma “operação de limpeza” contra os trabalhadores da área da gleba Caopema através da violência armada. Diante da situação, a nota emitida pela Comissão Especial, exige a prisão imediata, por participação comprovada nos crimes (como mandante) de Armando Cesar Saraiva, indiciamento do proprietário, Francisco Simeão Rodrigues, apuração completa dos fatos, incluindo os casos de pessoas desaparecidas na região.
A anotação apresenta uma descrição sobre o Projeto Grande Carajás e os seus impactos em comunidades indígenas, sobretudo os convênios desenvolvidos entre Funai e CVRD.
O Projeto Ferro-Carajás, como outros na Amazônia, tem atraído empresas e migrantes em números superiores a sua capacidade de absorção, resultando em ampla degradação ambiental. A instalação de empresas deve-se aos benefícios concedidos pelo Governo, as migrações são resultantes da falta de uma política fundiária, a qual evitaria que áreas ainda pouco estudadas, ecologicamente e ambientalmente, passassem a ser utilizadas como foco de atração para contornar os problemas estruturais de outras regiões.
O Editorial traz artigos escritos por autores, na sua maioria da América Latina. Nesse sentido, os artigos dizem respeito aos processos de industrialização, resistência e ocupação ocorridos na América Latina. Entre os artigos, publicados pelo editorial, está o escrito por Yves Parrend, com título: “ Le prix à payer de la conquête de l´Quest” que em suma, traz uma crítica relacionada ao Projeto Grande Carajás.
Em Maio de 1990 a equipe do CTI realizou uma viagem de oito dias à região conhecida como Vale do Aço-MG, pioneira da siderurgia no Brasil. O objetivo era registrar o processo de trabalho nas atividades de reflorestamento com eucalipto ao lado das consequências ambientais deste processo de industrialização. Nesse sentido, tal atividade possibilitará uma comparação com a situação de degradação socioambiental da região do Programa Grande Carajás. O segundo documento apresenta uma viagem realizada pela equipe do CTI à região do Carajás com a duração de um mês. A viagem registrou os casos de conflitos fundiários no Maranhão, no Pará foram registrados o acompanhamento da instalação das empresas e de suas estratégicas em relação ao abastecimento de carvão, foram feitas entrevistas com o diretor da COSIPAR e com os membros dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais.
Em entrevista, Lourdinha conta com detalhes os projetos de usinas de carvão vegetal do Programa Grande Carajás e os seus impactos ambientais de grandes proporções.
O documento apresenta a justificativa e o objetivo do Projeto Vídeo Carajás. O Programa Grande Carajás é financiado através de empréstimos tomados aos bancos multilaterais de desenvolvimento. Entretanto, são pouco discutidos e divulgados os impactos desses grandes projetos sobre as comunidades afetadas e permanece precária a eficácia das medidas exigidas pelos bancos. Nesse sentido, o objetivo do Projeto é desenvolver um trabalho em vídeo que acompanha a instalação das indústrias siderúrgicas ao longo da Estrada de Ferro Carajás por um período de dois anos, a partir de 1988. E junto com as comunidades afetadas e através dos movimentos organizados da sociedade civil, sindicatos de trabalhadores rurais, associações de moradores urbanos, contribuindo para uma perspectiva crítica em relação ao descompasso desse processo.
Na carta, Iara informa sobre o desenvolvimento do Projeto Vídeo Carajás e de como foram feitas as pesquisas para o documentário na primeira etapa do Projeto. Nesse sentido, foram realizadas vinte e seis horas de gravações em vídeo onde foram documentadas as usinas e as várias formas de produção de carvão. A segunda etapa do trabalho, foi realizada nos meses de dezembro de 1989, janeiro e fevereiro de 1990. A equipe pretende documentar os processos sociais ocorridos nos 20 anos no Vale do Aço, em Minas Gerais. Dessa forma, por meio da carta Iara relata que para cobrir as despesas verifica-se a necessidade de uma adaptação dos valores das parcelas a serem remetidas.