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Afonso Arinos de Melo Franco

  • BR.MG.BH.AAMF
  • Pessoa coletiva
  • 1905-1990

Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990) foi um jurista, político, historiador e professor brasileiro. Destacou-se pela criação da Lei Afonso Arinos contra a discriminação racial em 1951. Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras e teve uma carreira acadêmica rica, lecionando em instituições renomadas no Brasil e no exterior.

Arinos formou-se em Direito no Rio de Janeiro e iniciou sua carreira como promotor de justiça em Belo Horizonte. Posteriormente, especializou-se em Genebra e tornou-se professor em diversas universidades, incluindo a Universidade de Montevidéu, Sorbonne em Paris e Universidade de Buenos Aires.

Na política, Arinos foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros em 1943, elegeu-se deputado federal por Minas Gerais e senador pelo antigo Distrito Federal. Atuou como líder da União Democrática Nacional e da oposição ao governo Kubitschek. Como Ministro das Relações Exteriores no governo Jânio Quadros, implementou a Política Externa Independente.

Durante o golpe de 1964, Arinos desempenhou papel crucial, representando Minas Gerais no exterior e garantindo reconhecimento internacional para a sublevação. Contribuiu para a Constituição de 1967 e, em 1985, liderou a Comissão Provisória de Estudos Constitucionais, que preparou o anteprojeto da nova Constituição de 1988.

Arinos foi membro de várias instituições culturais e jurídicas e professor titular de Direito Constitucional na UERJ. Faleceu em 1990, enquanto exercia o mandato de senador pelo PSDB.

Eduardo Viveiros de Castro

  • BR.RJ.EVC
  • Pessoa singular
  • 19 de abriu de 1951

Graduado em ciências sociais pela PUC-Rio, completou seu mestrado em antropologia social no Museu Nacional em 1977, seguido pelo doutorado na mesma instituição em 1984. Seus trabalhos, como "From the enemy's point of view: humanity and divinity in an Amazonian society", "Amazônia: etnologia e história indígena" e "A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia", são considerados uma importante contribuição para a antropologia brasileira e a etnologia americanista.

Viveiros de Castro lecionou na École des Hautes Études en Sciences Sociales, na Universidade de Chicago e na Universidade de Cambridge. Uma de suas contribuições mais significativas foi o desenvolvimento do conceito de perspectivismo ameríndio.

Com experiência de pesquisa na Amazônia, Viveiros de Castro é doutor em Antropologia Social pela UFRJ desde 1984. Ele é professor de etnologia no Museu Nacional/UFRJ desde 1978 e professor titular de antropologia social na UFRJ desde janeiro de 2012. Além disso, é membro da Equipe de Recherche en Ethnologie Américaniste do C.N.R.S. desde 2001.

Viveiros de Castro recebeu várias distinções ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio de melhor tese de doutorado em Ciências Sociais da ANPOCS em 1984, a Médaille de la Francophonie da Academia Francesa em 1998, o Prêmio Erico Vanucci Mendes do CNPq em 2004 e a Ordem Nacional do Mérito Científico em 2008. Além disso, recebeu os títulos de Doutor Honoris Causa pela Université de Paris Ouest Nanterre La Défense em 2014 e pela Universidad Nacional de Córdoba, Argentina, em 2019, e é membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2019.

Ele coordenou o Projeto Pronex "Transformações indígenas: os regimes de subjetivação ameríndios à prova da história" de 2004 a 2006 e foi coordenador do Núcleo de Transformações Indígenas, grupo baseado no Museu Nacional/UFRJ. Além disso, é co-coordenador da Rede Abaeté de Antropologia Simétrica (NAnSi), também baseada no Museu Nacional/UFRJ.

Claude Lévi-Strauss, colega e mentor de Viveiros de Castro, afirmou: "Viveiros de Castro é o fundador de uma nova escola na antropologia. Com ele me sinto em completa harmonia intelectual".

Octavio Ianni

  • BR.SP.OI
  • Pessoa singular
  • 1926-2004

Octavio Ianni (Itu, 13 de outubro de 1926 — São Paulo, 4 de abril de 2004) foi um destacado sociólogo e professor brasileiro, associado à Escola de Sociologia Paulista. Formou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) em 1954 e logo depois tornou-se assistente na mesma instituição, sob a orientação de Florestan Fernandes. Ianni se dedicou a estudar as desigualdades sociais e como superá-las.

Forçado a se aposentar pela ditadura militar, ele lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e integrou o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Também atuou como professor visitante em várias universidades internacionais. Retornou à USP em 1997 como Professor Emérito, mas optou por não lecionar lá devido a hostilidades. Em vez disso, voltou a dar aulas na Universidade Estadual de Campinas, onde também foi reconhecido como Professor Emérito.

Ianni foi um dos principais sociólogos do Brasil, contribuindo significativamente para os estudos sobre preconceito racial e desenvolvimento econômico no país, ao lado de figuras como Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos anos, focou seus estudos na globalização e manteve uma postura crítica em relação à presidência de Fernando Henrique Cardoso, apesar de sua amizade com ele.

Entre suas obras mais importantes estão "Cor e Mobilidade Social em Florianópolis" (1960), "Homem e Sociedade" (1961), "Metamorfoses do Escravo" (1962) e "A Sociedade Global" (1992). Ianni continuou trabalhando até pouco antes de sua morte, ministrando uma aula inaugural na USP em março de 2004, falecendo em abril do mesmo ano.