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Historiador

Jean Hébette

  • BE.WIN.JH
  • Person
  • 1925-2016

Jean Hébette, nascido em Winenne, na Bélgica, em 15 de fevereiro de 1925, foi uma figura multifacetada, atuando como educador, historiador, escritor, teólogo, missionário, economista e sociólogo, com cidadania belga-brasileira. Reconhecido como um dos principais estudiosos do campesinato no Brasil, também se destacou como ativista social em prol da reforma agrária.

Após ingressar na Ordem dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada (OMI) em 1942, Hébette foi ordenado sacerdote em 1949. Sua formação incluiu cursos superiores de filosofia e teologia na Bélgica, além de estudos de pós-graduação em teologia no Instituto Católico de Paris, na França.

Durante sua vida, Hébette exerceu seu ministério em diversos países, incluindo Holanda, Alemanha, Itália, Reino Unido, Irlanda, República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda e, finalmente, Brasil, onde chegou em 1967. Sua estadia na Amazônia brasileira, a partir de 1967, marcou profundamente sua vida e obra, levando-o a se envolver tanto no ministério sacerdotal quanto na pesquisa acadêmica.

Na Universidade Federal do Pará (UFPA), Hébette iniciou uma carreira acadêmica notável, especializando-se em desenvolvimento regional e tornando-se um renomado professor e pesquisador. Seus estudos sobre a ocupação de importantes rodovias na região amazônica contribuíram significativamente para o entendimento dos desafios enfrentados pelo campesinato na Amazônia.

Além de seu trabalho acadêmico, Hébette foi um ativista engajado na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, colaborando com organizações como a Comissão Pastoral da Terra e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Região Sul e Sudeste do Pará. Sua filiação à teologia da libertação evidenciou seu compromisso com a justiça social e a promoção da dignidade humana.

Ao longo de sua vida, Hébette também desempenhou um papel fundamental na criação e desenvolvimento de instituições de ensino e pesquisa, como a Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia-Tocantins da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e o Centro Agroambiental do Tocantins.

Após mais de 40 anos de dedicação ao ensino e à pesquisa, Hébette faleceu na Bélgica em 11 de novembro de 2016, deixando um legado duradouro tanto no campo acadêmico quanto na luta pelos direitos sociais. Sua contribuição foi reconhecida através de homenagens póstumas, incluindo a nomeação da Escola da Família Agrícola Prof. Jean Hébette em Marabá e o título de "Cidadão Paraense" concedido pela Assembleia Legislativa do Pará em 2017.

Afonso Arinos de Melo Franco

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  • 1905-1990

Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990) foi um jurista, político, historiador e professor brasileiro. Destacou-se pela criação da Lei Afonso Arinos contra a discriminação racial em 1951. Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras e teve uma carreira acadêmica rica, lecionando em instituições renomadas no Brasil e no exterior.

Arinos formou-se em Direito no Rio de Janeiro e iniciou sua carreira como promotor de justiça em Belo Horizonte. Posteriormente, especializou-se em Genebra e tornou-se professor em diversas universidades, incluindo a Universidade de Montevidéu, Sorbonne em Paris e Universidade de Buenos Aires.

Na política, Arinos foi um dos signatários do Manifesto dos Mineiros em 1943, elegeu-se deputado federal por Minas Gerais e senador pelo antigo Distrito Federal. Atuou como líder da União Democrática Nacional e da oposição ao governo Kubitschek. Como Ministro das Relações Exteriores no governo Jânio Quadros, implementou a Política Externa Independente.

Durante o golpe de 1964, Arinos desempenhou papel crucial, representando Minas Gerais no exterior e garantindo reconhecimento internacional para a sublevação. Contribuiu para a Constituição de 1967 e, em 1985, liderou a Comissão Provisória de Estudos Constitucionais, que preparou o anteprojeto da nova Constituição de 1988.

Arinos foi membro de várias instituições culturais e jurídicas e professor titular de Direito Constitucional na UERJ. Faleceu em 1990, enquanto exercia o mandato de senador pelo PSDB.

Manuela Carneiro da Cunha

  • Person
  • 16 de julho de 1943

Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha, nascida em Cascais, Portugal, em 16 de julho de 1943, é uma renomada antropóloga luso-brasileira, destacada nos estudos de etnologia e antropologia histórica. Ela é amplamente reconhecida como uma importante intelectual e defensora dos direitos dos povos indígenas no Brasil.
Manuela nasceu em Cascais, filha de judeus húngaros que fugiram da Hungria devido à ascensão do regime nazista na Alemanha. Aos 11 anos, mudou-se com a família para São Paulo, Brasil. Após concluir o ensino médio, começou a estudar física na Universidade de São Paulo, mas posteriormente mudou-se para a França, onde se formou em matemática pura na Faculdade de Ciências de Paris, em 1967.